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domingo, 3 de julho de 2011

Osso duro de roer: Brasil joga mal e empata com a Venezuela

Por João Oliveira,
Nem Pato nem Ganso, o maior destaque do sonolento empate de 0 a 0 entre Brasil e Venezuela foi um cachorro vira-lata que invadiu o campo no primeiro tempo de jogo. Se enganou quem achava que a vitória seria fácil, assim como chutar um cachorro morto.  A seleção brasileira foi inofensiva como um poodle e deixou a torcida com furiosa. Se não fizer seus jogadores entrarem nos próximos jogos com a ferocidade de um pitbull, Mano Menezes corre o risco de ser eliminado precocemente da competição e voltar da Argentina demitido, com o rabo entre as patas.

Cachorro invade jogo do Brasil


Após o surpreendente empate da Argentina com a Bolívia, na abertura da Copa América, esperava-se que o Brasil fosse tomar o tropeço do rival como exemplo e entrar mais atento em campo. Mas não foi o que se viu. Com um Ganso ainda fora de forma e um Neymar longe de assumir a responsabilidade de comandar o time em campo, Alexandre Pato foi o melhor jogador brasileiro em campo, mas não conseguiu resolver sozinho, já que atuou um pouco isolado no ataque. O resultado foi justo, graças à falta de objetividade do Brasil, que tocou muito a bola, mas efetivamente ameaçou pouco o adversário.
A seleção brasileira começou assustando. Logo aos cinco minutos de partida Neymar recebeu a bola de Pato, dentro da área, mas perdeu a bola depois de tentar driblar o zagueiro, ao invés de chutar pro gol.      
O bom início enganou quem achava que a partida seria fácil. A seleção brasileira tinha a posse de bola, mas não era efetiva. Neymar e Robinho se revezavam pelas pontas e ficaram um pouco distante de Alexandre Pato, que se posicionava mais perto da área. Faltava velocidade no ataque, principalmente daqueles que se esperava mais nesse quesito: Neymar e Robinho.  
O jogo seguia em ritmo tão lento, que o goleiro Júlio César praticamente não trabalhou no primeiro tempo. A tranqüilidade na defesa quase se transformou em desatenção, quando Thiago Silva se enrolou na saída de jogo e quase entregou o ouro para o adversário.
A seleção brasileira só voltou a assustar aos 27 minutos, com Pato, o jogador mais participativo do primeiro tempo. O atacante do Milan chutou uma bola no travessão e por pouco não abriu o placar. O Brasil só chegou com perigo de novo dez minutos depois, com Robinho. O camisa sete tocou na saída do goleiro, mas o Vizcarrondo tirou em cima da linha. Os brasileiros pediram pênalti, alegando toque de mão do zagueiro, mas na verdade a bola pegou no peito do venezuelano. Neymar ainda teve uma chance aos 45, mas o goleiro desviou o arremate do santista para fora.
O segundo tempo começou bem parecido com o primeiro. A grande diferença é que a Venezuela começou a sair para o jogo. Rondón ficou muito perto de marcar após cruzamento na área. Para a sorte brasileira, Júlio César se antecipou e praticamente tirou a bola da cabeça do atacante adversário. Rondón voltou a aparecer três minutos depois, mas dessa vez se destacou mais pelo seu péssimo talento como ator, ao tentar cavar um pênalti. O juiz aplicou-lhe um cartão amarelo, com justiça.
A primeira boa jogada brasileira na etapa complementar veio mais uma vez com Alexandre Pato, após uma boa aparição do tímido Ramírez, mas o brasileiro foi travado quando finalizava para o gol.
Sentindo a necessidade de alguém para fixo na área, Mano Menezes lançou Fred, no lugar de Robinho, mas a alteração não surtiu muito efeito. Tanto é que pouco tempo depois o treinador tirou Pato para colocar Lucas, do São Paulo. O jovem atacante tinha seu nome gritado nas arquibancadas, mas também não conseguiu resolver os problemas da seleção.
O Brasil terminou o jogo desorganizado, tentando pressionar a Venezuela, mas continuou pecando no último passe, e, principalmente nas finalizações. Agora, Mano tem quase uma semana para corrigir esses erros e preparar a seleção para um desafio contra um adversário mais forte, o Paraguai. O confronto será no próximo sábado, às 16h, em Córdoba.
Ficha do jogo:
Brasil: Júlio César, Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires (Elano) e Ganso; Robinho (Fred), Neymar e Alexandre Pato (Lucas).
Técnico: Mano Menezes
Venezuela: Vega, Rosales, Perozo, Vizcarrondo e Cichero; Rincón, Lucena, González (Di Giorgi) e Arango; Fedor (Maldonado) e Rondón (Moreno). 
Técnico: César Farias
Cartões amarelos: Thiago Silva (Brasil); Rondón, González, Moreno (Venezuela)

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